domingo, 30 de outubro de 2011



"Quase novembro, a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno."

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tentaram me fazer acreditar...

... que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cega, às vezes meio burra, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o vôo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parada. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.

(Caio Fernando de Abreu)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Edith Piaf,amor e o inesperado.


Ontem assisti a um filme que narra a vida de Edith Piaf, uma cantora francesa muito famosa na década de 50. O que mais me impressionou em sua história foi a maneira como ela amou. Amou com toda sua alma. Amou até o seu último suspiro de vida. Amou um único homem a sua vida inteira. Entregou a sua vida a esse amor: Marcel,era o nome dele.

Um jovem lutador de boxe,casado e com filhos. Ela o conheceu no cabaré onde ela cresceu cantando divinamente.Eles se envolveram,se amaram muito. Mas ele nunca deixou sua mulher e filhos,vai ver por causa das convenções de antigamente ou porque simplesmente não estava pronto para tomar essa decisão.Mas o fato é que ele a amava também. A amava muito.

Piaf era absurdamente louca por aquele homem. Ela respirava Marcel de uma maneira linda e assustadora. Ela o amava pra sempre,tinha amor pra esperá-lo a vida inteira se fosse preciso.

Mas ela só não contava com as incertezas que a vida ia lhe proporcionar. Nós nunca estamos prontos para os acasos.

Um dia qualquer,ela esperava a volta dele de viagem depois de muito tempo sem vê-lo, estava morrendo aos poucos de tanta saudade,tudo o que ela queria era abraçá-lo bem forte e envolvê-lo nos seus braços para todo sempre,amém. Edith estava dormindo quando Marcel chega e lhe afaga o rosto ,a acordando com um beijo longo e estonteante. Ela acreditou que ele estava ali. Mas era somente uma miragem,visão,vontade que estivesse mesmo,sei lá. Porque naquele exato momento ele tinha morrido. O avião que ele estava viajando para revê-la caiu exatamente no instante que ela o sentiu em sua cama.

É uma cena tristíssima.Uma cena muito forte. Fiquei muito chocada da maneira como ela amava esse homem e como essa separação foi tão brusca,sem nenhuma despedida ao menos,sem esperar que isso poderia acontecer .

A gente supõe tão pouco não é?A gente apenas vive. Vai vivendo e vivendo... E por isso talvez a gente não se prepare para o pior. Não trabalhamos com hipóteses do tipo: E SE isso acontecer? E SE não acontecer? E SE algo tão forte acontece que te separa pra sempre de quem você ama muito?E SE você nem disse eu te amo pra essa pessoa nunca na vida por orgulho, medo ou vergonha? E SE aquela vez foi a última vez que você beijou, que você sentiu o seu amor?

E SE? Hein? E SE... O que você faria se o “e SE...” virasse realidade? O que você faria se você estivesse esperando ansiosamente pelo amor da sua vida e acontece uma tragédia dessas que aconteceu com Edith Piaf? Não gosto nem de pensar nisso. Dói muito só de pensar.

Texto bobo. Mas existe tanta coisa que eu queria colocar, uma explosão de sentimentos, pensamentos intrínsecos nele. Repensei muita coisa depois do filme e resolvi escrever isso aqui pra que vocês também possam parar pra refletir os acasos da vida, a imprevisibilidade, o talvez... Sei lá, é isso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Deus! Meu Deusinho...


Hoje acordei com uma vontade muito grande de conversar com Deus.De contar pra ele tudo o que acontece aqui em baixo, dizer tudo que acontece aqui dentro,lá fora,em todo lugar. Dizer a ele que eu sou grata por tudo e que a minha vida está entregue a Ele. Quis também pedir. Pedir muito. Pedir por todo o mundo.Nesse dia chuvoso e frio,acordei pensando em muita coisa, em muita gente. E no quanto todo mundo precisa de Deus. No quanto você meu Deus,só você meu Deusinho, pode com um olhar dar calor ao mundo inteiro.E nem falo só de calor físico,to falando de calor humano,calor espiritual,calor moral.

Quero te pedir pelos irmãos que moram nas ruas e estão com frio nesse momento,sem abrigo,sem alento,querendo calor.Olhe por aqueles que vêem,em uma cama de hospital,a chuva cair e querem sentir um pouco dela em seu rosto e não podem.Olhe por aqueles que saem cedo,com frio e com sono e dão duro o dia inteiro para colocar comida na mesa.

Olhe por aquelas pessoas que estão debaixo de seus cobertores e dormem em uma caminha quentinha e macia e sonham... Passa o olho também nas pessoas que estão passando frio em uma cela fria e sem esperança, um frio que representa a culpa, a revolta e falta de liberdade.

Olhe todas as crianças que estão na escola hoje com frio e cheias de preguiçinha pra estudar. Olha pelos velhos que em casa nesse frio,relembram a juventude com nostalgia. Olha pelos adolescentes rebeldes que sofrem com as questões da idade. Olhe também por todos os meus amigos que estão em seus trabalhos, faculdades, em casa com suas famílias ou na rua pagando conta em banco, fazendo compras, tomando chuva. Olha pelos meus ex-amores e amigos coloridos (risos) quem eles possam encontrar o amor e o calor necessário para esses tempos de frio. Eles merecem, me fizeram felizes enquanto puderam fazer isso.

Se puder, olhe com amor e carinho pela minha família: pela minha mãe que nesse momento tá fazendo uma comidinha bem gostosa, pelo meu pai que tá ralando que nem parmesão pra se manter, pelas minhas irmãs que agora também realizam suas tarefas. Deusinho,olha e protege em especial a quem está longe e tão perto ao mesmo tempo,alguém que eu sinto muita,muita falta. Olha Deus. Olha por todo mundo nesse frio, Deus. Eu sei que você pode fazer isso.Eu sei.



Jéssica Carvalho [ouvindo "Felicidade".]

domingo, 16 de outubro de 2011





"Saudade eu tenho do que não nos coube.
Lamento apenas o desconhecimento daquilo que não deu tempo de repartir,
Você não saboreou meu suor, eu não lhe provei as lágrimas. É no líquido que somos desvendados. No gosto das coisas o amor se reconhece. O meu pior e o seu melhor, ficaram sem ser apresentados."( C.Fernado de Abreu)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ausência-distância-morte-falta-saudade e afins.


Ausência é assim. Em doses homeopáticas, tudo vai se perdendo.

É tão estranho pensar como a ausência física pode interferir tanto na ausência espiritual e mental das pessoas não é mesmo?

É tipo assim, você perde alguém (seja lá porque motivo for) e aos poucos também vai se esvaindo de você o toque, o cheiro, o timbre de voz,o sorriso,o semblante e aí vão sendo levados também os sentimentos - parece que qualquer tipo de sentimento vai sendo substituído por saudade e dor- enfim,tudo aquilo que estava impresso em você vai indo embora junto com o tempo.

O tempo vai adormecendo e distanciando e levando e... Cada vez mais transformando tudo em vaga lembrança. O dia-dia corrido e a rotina atribulada vão trocando as prioridades e necessidades de posição no qual aquela pessoa que foi embora (seja lá porque motivo for) já não se encaixa mais.E por isso, o tempo vai passando e a necessidade de pensar naquela pessoa vai passando também. E vai,vai,vai... Até que um dia você tente lembrar pelo menos do rosto daquela pessoa e talvez necessite de uma foto para fazer isso. Ou então busque o cheiro em outros cheiros e não consiga nem mais pensar como era aquilo. Você suspira, suspira e não consegue encontrar mais. Daí você percebe que a ausência daquela pessoa levou um pedacinho de você também. Se sente ausente de você um pouco, talvez.

E aos casais que se distanciam (seja lá porque motivo for), o gosto do beijo parece que vai ficando cada vez mais distante e vai se tornando amargo, porque ele se mistura com o gosto da saudade e da tristeza e da falta e da carência daquela pessoa... aff! E se tenta buscá-lo em outra pessoa, você se confunde e se ilude porque nunca alguém pode substituir o gosto de uma outra pessoa impresso em você.Dói,dói muito,é fato.

Mas lidar com as faltas e as ausências também é uma tarefa do ser humano.Ninguém está isento disto.A todo tempo precisamos lidar com a falta de algo em nossas vidas,principalmente a falta de pessoas queridas,amadas e necessárias. A fase do luto pela perda(seja lá porque motivo for ), não é nem o início do processo lento e doloroso em que aquela pessoa vai sendo levada de você.

Sem dó nem piedade ela vai sendo arrastada até mesmo de dentro de você, pelo tempo. Eu ainda não sei lidar com ausências, eu sinto lonjuras e sofro de distâncias , como diria Caio Fernando de Abreu. Mas acho que no fundo,nenhum ser humano sabe,finge que sabe. Cada um é quem sabe a falta que o outro faz em si.



“Alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.” (Caio Fernando de Abreu).



Jéssica Carvalho [ ouvindo "Só Agora"].