domingo, 15 de janeiro de 2012

Não,não era.


De repente me veio um lampejo na mente,muito esclarecedor: parece que o amor não existe,ao menos não da maneira como eu o construí na minha cabeça,não com sonhos,não tão arrebatador quanto eu achava que ele podia ser, nem tão puro.

Eu achava que o amor era capaz de tudo.Achava que o amor de verdade mesmo,nunca morreria.Que podia vencer o tempo,a solidão,a distancia.Mas a verdade é que o amor não tem essa força toda,as pessoas não acreditam mais no amor.Não acreditam mais nos encontros das almas,preferem desistir,tentar com outra pessoa,deixar pra lá.

Na verdade eu escrevo isso tudo porque hoje eu duvidei do amor.De que ele já existiu na minha vida,acho que eu nunca senti ou vivi o amor da maneira que eu achei que já tinha vivido.Aquilo não era amor,sozinha não era..Era qualquer outra coisa.

Porque a gente forja o amor.Na ânsia de vivê-lo,de poder senti-lo ao menos uma vez,pensamos que é amor.É tão triste descobrir que não é.Ou ainda pior:descobrir que alguns amores nascem somente para existir por aí e não serem vividos.

Essas descobertas todas tem me entristecido,tem me tornado dura e cética.Será que todo o encanto do que foi era mentira?Será que outras historias que eu viverei serão da mesma maneira? Eles nascem,forjam-se,vestem suas máscaras e depois vão embora sem nenhuma ferida,intocáveis.

Enquanto eu,fico aqui,corroída por dentro,cheia de cicatrizes.E não falo disto com sofreguidão,desta vez não.Embora seja muito triste,isto é uma constatação: parece que o amor é 90% enfeite de nós mesmos e só existe na gente.Vontade de que o outro seja o que a gente é,ou que a gente mais quer em nós mesmos e não achamos.

E eu rezo.Ah eu rezo muito pra que eu esteja totalmente equivocada.Que eu tenha tirado a conclusão pelo caminho mais errado possível.Porque eu tenho acreditado que o amor dói,só dói,só confunde e no fundo,só existe na nossa cabeça.

Um comentário:

  1. O amor, Eis o mistério que nos inquieta, nos move, nos muda, nos tira da zona de conforto. E se amar for realmente aquilo que ainda estamos aprendendo ? Será que amar é realizar-se no seu próprio desejo ou abdicar dele para viver aquilo que ainda não conhecemos ? Também fico com um certo vazio existencial quando penso em amor, esse tudo que nos faz tão pequenos ou tão grandes em sua infinitude.

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